Rosal

 

          Rosal , convite permanente para a deliciosa temperatura proveniente de seus 420 metros de altitude, onde vicejam as mais belas rosas, onde se pode ouvir bem executadas melodias. A música exerce sobre todos um efeito salutar, animando, suavizando, encantando e até encorajando. Cultivar a Música, é sem dúvida cultivar o que há de mais nobre e belo. É o despertar para o Bom , para o Bem. O CRIADOR, o PAI CELESTE, foi muito generoso conosco, privilegiou nossa topografia, encheu de luz este torrão e seu Divino Espírito iluminou e ainda ilumina seus filhos dotando-os de vários dons… Aqui ele semeou artistas, seresteiros e poetas. Ao DEUS PAI TODO-PODEROSO louvores, honra e glória para sempre.

 

 

 

  • MEU ROSAL
    Vera Maria Viana Borges

    Rosas, rosas, Rosal!
    Cores lindas, claras, vivas…
    Serra azulada, monte azul, gente amiga…
    Sol dourado, Cachoeirão magnífico!
    Lua pálida, talvez…
    Emocionada com seresteiros, poetas,
    Cantadores de tanta beleza.
    Uma aquarela!
    Muita exuberância,
    Nas flores de minha terra!
    A rosa com tanto esplendor
    Deu o seu nome a um pedaço da serra.
    Por certo o Criador,
    Fez de seu filho, arquiteto de sonho,
    Músico, poeta, artista plástico,
    Para exaltar com ardor,
    A deslumbrante rosa, as rosas…
    As rosas de minha terra…
    Meu Rosal !…

 

ROSAS DE ROSAL
Vera Maria Viana Borges

 

  • Que bela flor é a rosa
    Enfeita o altar do Senhor,
    Cultivada no Rosal,
    Minha terra, que amor!

    Rosas de Rosal,
    Tão lindos canteiros,
    Lua prateada,
    Tantos seresteiros,
    Céu tão lindo estrelado
    Do sudeste brasileiro.

    Monte azul, serra azulada,
    Sol dourado, aves belas,
    Flores lindas, cachoeiras,
    Deslumbrante aquarela!

    Na igreja entre as rosas,
    Dentre as santas, Terezinha,
    E Santana a padroeira
    Abençoa a pracinha.

  • Coreto de grandes leilões,
    De garotas tão faceiras,
    Animadas pela “Banda”
    Desta terra altaneira.

    Por certo, o Criador,
    Fez ali os seresteiros,
    Fez artistas e poetas,
    P’ra cantá-la ao mundo inteiro.

  • QUANTA SAUDADE !
    Vera Maria Viana Borges

    Ah, quanta saudade
    Daquela pracinha
    Onde eu pulava corda,
    Brincava de roda,
    E a meninada soltava pião…
    No céu azul, a pipa voava,
    E a bandinha entoava
    Linda canção.

    Das noites frias
    Com céu estrelado
    E do luar tão lindo,
    Que beijava a serra,
    E clareava toda a imensidão…
    Flagrava beijos apaixonados,
    Cúmplice de tantos sonhos
    Dos namorados.

    Nas madrugadas
    Lindas serenatas
    Com tons e sons divinos,
    Desfiavam mágoas,
    Juras de amor com suaves violinos…
    Ardentes juras apaixonadas,
    Violões, acompanhados ,
    De bandolins.

  • As irmãs – Sílvia Márcia e Vera Maria

     

  • REMINISCÊNCIAS
    Vera Maria Viana Borges

    Ah, quanta saudade!
    Das mãos da tia Vavá,
    Chorando, o bebê pendia…
    Lá fora, pela tão amada parteira,
    O futuro papai esperava…
    Manhã com neblina, fria,
    Espesso nevoeiro,
    Que nossa pele agredia;
    De orvalho a grama banhava.
    Jardins, pastagens sempre verdejantes,
    Eternamente primaveris…
    Pelas ruas, crianças esfuziantes,
    A caminho da Escola, uniformizadas.
    D. Haidée Borges Brasil, enérgica,
    Aguarda a criançada,
    Que momentos antes,
    Com o senhor Hildebrando,
    Teria feito ginástica.
    E, no sete de setembro,
    Marchava entusiasmada.
    Tardes maravilhosas!..
    As novidades na chegada do ônibus…
    O TRIÂNGULO, na pracinha…
    Brincadeiras de roda,
    Pique, queimada, corda.
    À paisagem, incorporavam-se parquinhos,
    Com adoráveis barquinhos,
    Que iam e vinham,
    Balançando a meninada.
    Maxambombas, tiro ao alvo,
    Palco, onde a gurizada
    Cantava, tocava, declamava…
    E, que prêmios conquistava!
    À noite no CINE ROSAL,
    Exibia-se na tela,
    Seriado famoso, sensacional,
    Durango Kid, Zorro, O Gordo e o Magro,
    Os Três Patetas…
    Com muitos intervalos.
    Trabalho a semana inteira…
    Nas tardes domingueiras,
    Partidas de futebol,
    Desporto bruto, rude,
    Arrojo sem limite
    Dos André, grandes jogadores,
    Um show com a bola no pé,
    No ROSAL ESPORTE CLUBE.
    Ah, as rainhas do ROSAL!
    Suaves acordes denotavam

  • Aos ouvidos rosalenses,
    O prazer das encantáveis coroações
    De suas rainhas…
    Com vestidos brancos, diáfanos,
    Que pelo salão desfilavam emoções,
    Valsando Danúbio Azul,
    Vozes da Primavera,
    Contos dos Bosques de Viena,
    Impregnando perfume e vigor,
    Riso fácil e tranqüilo,
    Àqueles tempos de tanto fulgor.
    As alvoradas, da “QUATORZE DE JULHO”,
    Que apreciávamos com tanto amor,
    E, na manhã gelada,
    Minha mãe tão adorada,
    Da cama me tirava,
    Para na sanfona,
    Com tanto ardor,
    Executar para a BANDA
    O “Parabéns a Você”.
    Apuro os ouvidos,
    Na escuta da perdida melodia…
    E ouço, com clareza,
    O alto-falante do senhor CHIQUINHO…
    A AVE-MARIA…
    Samba-canção, bolero… tango…
    Nesta reminiscência que extasia,
    Transporto-me ao passado…
    Vislumbram memoráveis reuniões
    Com cadeiras nas calçadas,
    Unindo Sá Vianas, Glórias, Andrés, Almeidas,
    Nunes, Fioris, Alts, Teixeiras,
    Fitaronis, Figueiredos, Ouriques, Roseiras,
    Vargas, Jungers, Gonçalves, Lumbreiras.
    O mês de maio!
    A igreja na pracinha,
    Canteiros floridos,
    Monsenhor despetalado,
    Para homenagear a “Mãe das Mães”,
    “Maria” a santinha…
    Sinto o perfume do despetalar!..
    Os leilões no coreto!
    Coelhinhos de açúcar da tia Vavá…
    Picolé… sorvete do tio Tônio…
    As procissões de Santana…
    A malhação do judas…
    Os bailes, teatros,
    Nos altos da “Casa Brasil”…
    As serenatas!…
    A saudade me faz calar…
    Essas reminiscências aguçam
    Uma gostosa saudade,
    De páginas douradas,
    De um tempo ditoso,
    Puro, entusiasta,
    E, muito saudoso…
  • CORETO, CAPELA e PRAÇA DE ROSAL

HIDRELÉTRICA DE ROSAL

  • Sandra Nunes, Francisco Nunes e a querida Dona Amélia
  • CHIQUINHO NUNES

                       Contava Rosal com o serviço de alto-falante do senhor Francisco Nunes. O senhor Chiquinho como o chamávamos era pau para toda obra, apesar de Evangélico, muito prestativo, oferecia seus dons até mesmo para arrumações de andores e altares da Igreja Católica. Os fogos de artifício das festas eram produzidos por ele. Consertava relógios, era proprietário do Cine Rosal e do Serviço de Alto-Falante que transmitia para toda a vila convites e notícias locais, além de rico repertório musical e interessantes e bem boladas propagandas, como:“A roupa faz o homem e o NINICO faz a roupa”. Era ele, a ponte, o elo entre todos aqueles que tendo mudado para longínquas paragens e necessitavam entrar em contato com os familiares humildes e simples, analfabetos. Pacientemente lia as cartas e respondia conforme o desejo particular de cada um. Figura folclórica, mansa e de muita luz o senhor Chiquinho. Casado com D.Amélia de cujo matrimônio nasceram Antônio (Nico), Anselmo (Miminho) e Sandra, adoráveis vizinhos.

  • BANDA DO CHICO GOMES

     

 

 

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